ToTa Machina | Katia Wille | Museu de Arte Sacra

ToTa MACHINA
Bianca Boeckel

Em sua nova exposição individual, idealizada especialmente para a sala MAS/Metrô Tiradentes do Museu de Arte Sacra de São Paulo, a artista plástica Katia Wille ressalta a conexão entre almas e investiga a fundo a amplitude da emoção.

Sua obra revela figuras que tentam se alcançar, ora enaltecendo o contato físico como transmissor da energia interna que as propulsiona, ora partindo para a introspecção, solitárias, como que a estudar uma possibilidade real de intimidade. piram e sentem, sofrem e amam.”

É nesse sutil lugar que toda a criação expressionista da artista acontece. Como Edvard Munch, que pintava rostos sem feições e figuras distorcidas em seus quadros de forma a mostrar a sua condição humana (e a de todas as pessoas) através da arte, Katia Wille também produz obras que retratam “pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam.”

Utilizando a tecnologia da Inteligência Artificial para mimetizar as emoções humanas, suas esculturas cognitivas querem (e realmente parecem ter vontade própria) interagir com o expectador, surpreender e provocar. Não seria exatamente essa a função da Arte?

Katia traz para o público do MAS não apenas as inovadoras esculturas que compõem a mostra, mas também colossais telas em tecidos brilhantes que arrebatam e hipnotizam. Os diferentes materiais, texturas e superfícies contrastam sua maleabilidade com a rigidez do corten que reveste toda a sala. A vitrine não limita as peças: elas são livres e dançam a coreografia da alma. E a emoção, que permeia toda a obra da artista, é vista no momento em que o visitante inicia o circuito, em palavras e sons, de olhos bem abertos ou, comovidamente, fechados.