Glub, glub, glub – Piti Tomé

24 de agosto a 25 de outubro de 2024
GLUB, GLUB, GLUB | PITI TOMÉ
BIANCA BOECKEL APRESENTA A EXPOSIÇÃO “GLUB, GLUB, GLUB”, PRIMEIRA INDIVIDUAL DA ARTISTA PITI
TOMÉ NA GALERIA, COM ENSAIO CRÍTICO DE JULIA LIMA
Em sua primeira exposição individual na galeria Bianca Boeckel, Piti Tomé aborda questões acerca da maternidade e do feminino através de esculturas em cerâmica, aquarelas, fotografias e impressões em tecido. O título da exposição, “glub, glub, glub”, é uma figura de linguagem que indica a ingestão de um líquido, sendo “o primeiro de muitos jogos entre significado, expressão e imagem operados por Piti Tomé”, como aponta Julia Lima, responsável pelo ensaio crítico.
Na obra que leva o mesmo nome, a artista cria um peito de cerâmica sustentado por moldes de latas de fórmula infantil, que, juntamente com a série Peito Pedra e as obras Peito Bola e Peito Bipartido, ainda segundo Lima, “personificam e universalizam a experiência do seio (e, eventualmente, do leite) em suas várias funções – biológica, erótica, afetiva, social, estética, de gênero, econômica, etc.”
Exemplos dessa conexão entre palavra e imagem também estão presentes na série M(other) — que combina a palavra mãe em inglês com o termo other (outro) —, onde Piti reflete sobre ser mãe e, com isso ou apesar disso, também ser outro. Já na série La Mer, que significa mar em francês e lembra a sonoridade da palavra mãe, a artista utiliza o mar – imenso, profundo, por vezes plácido e por vezes tumultuado – como metáfora para a maternidade.
Na obra Jogo de Damas, perdi e na série Jogos Impossíveis, Piti se baseia em jogos da antiguidade sem regras e cria tabuleiros com peças que lembram falos, peitos e vulvas de cerâmica. Esses jogos impossíveis de serem vencidos fazem alusão ao gênero feminino, ao lugar da mulher na história e à maternidade. “Novamente, é a figura do paradoxo que condensa a pesquisa de Piti Tomé: o choque entre passado, presente e futuro; a fricção entre o natural e o artificial; a tensão entre a parte e o todo; a ressonância entre o que é comum e o que é singular; e o estranhamento daquilo que é familiar em contato com a dimensão misteriosa da existência”, completa Julia Lima.
INFORMAÇÕES:
Exposição: glub, glub, glub
Artista: Piti Tomé
Ensaio Crítico: Julia Lima
Abertura: 24 de agosto de 2024, sábado, das 14h às 18h
Período: 24 de agosto de 2024 a outubro de 2024
Local: Galeria Bianca Boeckel
Rua Domingos Leme, 73 – Vila Nova Conceição – São Paulo, SP
Cel.: (11) 99903-5199
Horários: Terça – Sábado das 11h às 17h
BIOGRAFIAS:
PITI TOMÉ
Piti Tomé, artista visual e pesquisadora, nasceu em 1984 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. É doutoranda em História da Arte e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UERJ. Possui formação em cinema com especialização em direção de fotografia pelo CECC e pela ESCAC, respectivamente, ambas em Barcelona. Trabalha com diferentes mídias e suportes, principalmente, a escultura e a fotografia em um campo ampliado. Sua pesquisa perpassa questões da história da arte, da psicanálise e da construção do feminino. Realizou exposições individuais no Paço Imperial e na C. Galeria, Rio de Janeiro. Participou de diversas exposições coletivas, entre elas: Novas aquisições – MAM Rio, Contextos Contemporâneos – Museu Bispo do Rosário, Somos elas e eles – Blau Project SP, Salão de Abril – Centro Cultural do Banco do Nordeste. Possui obras na Coleção Gilberto Chateaubriand (MAM Rio) e no Museu de Arte do Rio (MAR).
JULIA LIMA
Julia Lima (São Paulo, 1986). É curadora, pesquisadora e tradutora. Graduada em “Arte: História, Crítica e Curadoria” pela PUC-SP, participou da Summer School do Courtauld Institute, em Londres, em 2009. Foi educadora na Bienal de São Paulo em 2011 e atuou como assistente de curadoria de Paulo Miyada ao longo do ano de 2012.
Integrou o Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake entre 2013 e 2016, e fez parte do júri do 4º Prêmio EDP nas artes. Coordenou a 2ª edição do programa de residência latino-americana do Adelina Instituto, em 2019, colaborando também com o edital de curadoria da instituição. Realizou diversas curadorias, incluindo “Formas de Voltar para Casa”; “Ninguém vai tombar nossa bandeira”; e “Ministério da Solidão”.
Integrou o Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake entre 2013 e 2016, e fez parte do júri do 4º Prêmio EDP nas artes. Coordenou a 2ª edição do programa de residência latino-americana do Adelina Instituto, em 2019, colaborando também com o edital de curadoria da instituição. Realizou diversas curadorias, incluindo “Formas
de Voltar para Casa”; “Ninguém vai tombar nossa bandeira”; e “Ministério da Solidão”.
Desde 2017, conduz uma pesquisa independente sobre artistas mulheres, que já resultou em cursos, palestras, e um perfil no instagram chamado “Elas Estão Aqui”. Entre 2021 e 2024, coordenou área institucional e curatorial da Simões de Assis. De forma independente, vem há mais de dez anos organizando cursos de história da arte, viagens de imersão em museus e mostras internacionais, e realizando curadorias e acompanhamento de artistas.